Dois amigos de infância se reencontram na vida adulta, cada um trilhando seu próprio caminho, mas agora com um objetivo em comum: conquistar a tão sonhada vaga no serviço público. Ambos iniciam a jornada de concurseiros, enfrentando desafios, trocando experiências e, principalmente, buscando alternativas criativas para economizar. Entre caronas, livros emprestados e estratégias para estudar sem gastar muito, um episódio em especial se destacou: a hospedagem gratuita para realizar uma fase do concurso em outra cidade .
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A prova da vez era o temido exame psicotécnico. O horário marcado exigia que os candidatos chegassem cedo, e a viagem seria longa. Sem condições financeiras para bancar um hotel, os amigos recorreram à rede de solidariedade entre concurseiros. Em um fórum online, postaram um apelo sincero pedindo hospedagem gratuita para a noite anterior à prova. Para a surpresa deles, a resposta veio rapidamente: um colega concurseiro, que morava com sua mãe, ofereceu sua casa de braços abertos.
Empolgados com a hospitalidade, os dois pegaram estrada rumo à cidade do exame. No entanto, a chegada não foi das mais tranquilas. O GPS ainda era um luxo na época, e as instruções fornecidas pelo anfitrião não eram exatamente precisas. Entre idas e vindas, acabaram pedindo informações em três postos policiais, uma delegacia, e até para um indivíduo um tanto suspeito, que mais parecia um personagem saído de um filme policial. Para completar o trajeto digno de aventura, passaram por duas “bocas de fumo”, onde o senso de urgência para encontrar o endereço correto aumentou exponencialmente.
Finalmente, após uma verdadeira expedição urbana, encontraram o colega anfitrião. Ele os recebeu com um sorriso caloroso, demonstrando uma humildade e generosidade que aqueceram o coração dos viajantes cansados. A mãe do anfitrião, igualmente acolhedora, preparou um jantar simples, mas feito com muito carinho. Durante a refeição, descobriram que seu novo amigo já havia feito uma prova semelhante em outro estado e poderia fornecer dicas valiosas. A conversa se estendeu noite adentro, repleta de estratégias, relatos e muita tensão com o que os esperava no dia seguinte.
Mas a aventura estava longe de terminar. Quando finalmente decidiram dormir, perceberam um pequeno detalhe que não haviam notado antes: a casa tinha apenas dois quartos – um do colega e outro da mãe dele. Até aquele momento, não tinham visto colchões extras ou sofás disponíveis. Foi então que veio a revelação: a mãe do anfitrião, em um gesto de extrema generosidade, decidiu dormir fora naquela noite para ceder seu quarto aos dois recém-chegados. O gesto, ao mesmo tempo comovente e inusitado, trouxe um novo dilema: como dois marmanjos de quase dois metros de altura cada um iriam dividir uma única cama de casal?
Após algumas trocas de olhares desconfiados e risadas nervosas, a decisão foi tomada: uma barreira de travesseiros seria erguida no meio da cama, estabelecendo um limite claro entre os dois. Era a única solução para garantir uma noite minimamente confortável antes da prova. Entre resmungos sobre espaço apertado e a tentativa de evitar qualquer contato acidental durante o sono, finalmente conseguiram descansar.
No dia seguinte, revigorados (ou quase isso), encararam o tão temido psicotécnico. As dicas do anfitrião foram fundamentais, e a experiência da noite anterior serviu como uma valiosa lição sobre humildade, companheirismo e resiliência. A jornada de concurseiro é, sem dúvida, repleta de desafios, mas também proporciona momentos únicos, que se tornam histórias inesquecíveis.
Hoje, os personagens dessa aventura seguem trilhando novos caminhos, cada um com suas conquistas e desafios. Mas a lembrança daquela noite de hospedagem improvisada continua viva, provando que, na jornada rumo ao sucesso, cada passo – por mais inusitado que seja – tem seu valor. Afinal, como diz a famosa frase: “A jornada é tão importante quanto o destino final. Aproveite cada passo.” E quem sabe quais outras histórias ainda virão?